Quando se sentava lá, era impossível não sentir a onda inebriante de nostalgia que a cercava. O primeiro lugar em que seu olho pairava, sem qualquer esforço, era a enorme árvore que havia em sua frente. O que lhe chamava a atenção, não eram suas folhas compridas, seu caule grande e forte, muito menos a altura que chegara. O olhar dela era facilmente atraído para a raiz, onde metaforicamente e literalmente, ela ajudara a edificar. O tempo era de ociosidade, portanto, sentar-se embaixo dela fazia a menina sentir-se em paz, já que, um de seus maiores ensinamentos foram transmitidos por aquela base. Base essa que seu pai e sua mãe, cuidadosamente construíram. Dessa maneira, quando seus bracinhos eram pequenos, andar tentando alcançar o céu era seu objetivo e a franjinha insistia em cair sobre o olho, à menina obteve uma experiência, que obviamente me fez a compreendê-la melhor...
Naquela época, grama dava lugar a enorme árvore... Uma vegetação escura, não tão verde como as outras. Espaços contínuos entre elas, e muitos brinquedos atirados em cima. Mas o que realmente prendia os olhos da pequena, não eram os brinquedos.
Naquela época, grama dava lugar a enorme árvore... Uma vegetação escura, não tão verde como as outras. Espaços contínuos entre elas, e muitos brinquedos atirados em cima. Mas o que realmente prendia os olhos da pequena, não eram os brinquedos.
Havia um homem lá. Aquele homem fazia uma ação contínua, aprofundando-se cada vez mais. Ela chegava mais perto no intuito de saber o que estava acontecendo. Um buraco estava sendo cavado. Alguns instrumentos davam auxílio ao homem. Antes que ela perguntasse, ele fora explicando algumas coisas para a menina. Pegou-a cuidadosamente em seus finos bracinhos e levou-lhes, na mente dela, muito perto do céu.
Ela sentia-se segura, protegida e livre como um pássaro. Porém, naquele momento, ele a coloca cuidadosamente dentro do buraco. Inevitável sua carinha de medo e insegurança, até porque, olhar o mundo lá de baixo, era algo que ela ainda não conhecia. O conforto veio de algumas das palavras que ela jamais se esquecera... ” Filha, aqui plantaremos uma árvore! Planta essa, que você está tendo a oportunidade de permanecer no seu lugar principal. A raiz, a base, seu apoio. Semearemos essa semente... “Princípios” que ela acaba de receber.”
Após dizer isso, retirou a pequena do lugar onde estava e a colocou ao seu lado. Como dito, com cuidado coloca a semente da planta. Incentivando-a, o homem pega um punhado grande de terra e as atira em cima do “plantio”. Ao ver isso, rapidamente as mãos grossas e pesadas recebem a ajuda da pequenina.
Trabalho feito, o homem inicia outro diálogo. “ A nossa parte, já foi realizada. Depositamos nesta planta, toda a expectativa de crescimento e frutificação possível! Agora, se seu caule crescerá, renderá folhas verdinhas e bons frutos, não é de nosso conhecimento.
Esperaremos apenas que ela se lembre de sua base...de seu apoio e de sua raiz. Como plantamos bons frutos, com certeza os colheremos...e eu espero de coração, que quando ela estiver bem grande, você possa realmente comparar-se a ela...”
Esperaremos apenas que ela se lembre de sua base...de seu apoio e de sua raiz. Como plantamos bons frutos, com certeza os colheremos...e eu espero de coração, que quando ela estiver bem grande, você possa realmente comparar-se a ela...”
Passados quinze anos, a árvore cresceu e a menina também. Hoje o que vejo, é uma moça sentada em baixo dela, com um sentimento de saudade e de certeza de que seus valores, princípios e ensinamentos recebidos são os mesmos que os daquela raiz.
Esse texto é um retrato de sua infância?
ResponderExcluirÉ sim :$ Hoje estava sentada em baixo dessa árvore sem muita coisa pra fazer...foi impossível não colocar tudo isso aqui!
ResponderExcluir:$
Você é nostálgica, assim como eu! Retratado em seus mais puros detalhes.
ResponderExcluirAi! Quem é você? O passado é uma tatuagem em mim, é inevitável!
ResponderExcluirAh, outra semelhança...insônia! hehe :*
Maravilhoso texto. Você se mostrou atenta aos detalhalhes e ensinamentos. Seu pai se transformou, com certeza com muito esforço, dedicação e amor, na metáfora que ele utilizou para explicar a você o quanto uma raiz é importante para a planta. Elô, você se transformou na grande árvore que produz bons frutos, e apesar de não conhecer, você é apenas o reflexo da raiz firme que você tem.
ResponderExcluirBy: OK
Eloisa, bonita história e repleta de ensinamentos. Concordo com o anônimo que você se transformou na grande árvore que produz bons frutos, pois de outra forma não terias encontrado esses ensinados lançados por teus pais (como sementes) e que agora dão frutos.
ResponderExcluirAbraço
Nossa Eloisa...quanta criatividade para transcrever um fato marcante de sua vida!!!
ResponderExcluirJá pensou em homenageá-lo usando o sobrenome dele (e seu) neste post???
anônimo??? (rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs)
OI Elisa, vim agradecer os seus comentários lá no meu blog. Ainda não tive o tempo que gostaria de me dedicar a leitura do seu, mas juro que vou. Estou aos poucos retomando a rotina do blog, andei meio afastada nos ultimos meses. Obrigada mesmo viu? Beijos
ResponderExcluirFeliz Natal e um super 2012.
ResponderExcluirBeijos
Você parou de postar... :(
ResponderExcluir